terça-feira, 5 de julho de 2016

Apropriação cultural?

Por Ludmila R. Carvalho

Bem, vou ser muito direta nesse post, e bastante subjetiva.
Eu, mulher branca, até pouco tempo atrás nunca tinha ouvido falar de apropriação cultural.
Quando ouvi pela primeira vez, desconfiei. Achei "exagero".
Mas como tudo na vida é preciso de tempo. Esse tempo passou, e não demorou muito para a minha ficha cair.
Portanto, venho nesse poste fazer um Mea Culpa.
Sim.

Porque acredito que, mais importante que promover o debate, é necessário refletir sobre seus próprios atos. E aqui reflito sobre os meus.
Não vou ficar explicando o conceito de apropriação cultural.
Primeiro porque há sites e blog incríveis que já o fazem, como ...

AzminaGeledésCapitolina, e o canal do youtube Afros e Afins

Segundo, porque não quero correr o risco de tomar o protagonismo de todo um movimento que merece respeito.
Quero falar do meu lugar, de branca, e portanto, de opressora.
Claro, porque todo branco é opressor ao negro, e toda mulher branca é opressora à mulher negra.

Não acredita?

Pense, por exemplo, numa entrevista de emprego, em que eu, branca esteja diputando a vaga com uma negra.
Imagine que nós temos as mesmas qualificações, o mesmo tempo de experiência na função, ou seja tenhamos perfis muito semelhantes.
Quais as chances dela, e as minhas?
Por isso sou opressora. Não porque quero, mas porque está dado na sociedade.
Não fico confortável com isso, e desejo muito que seja diferente.

Por isso, cada vez mais respeito o local de fala das pessoas, respeito a diversidade, e história de cada indivíduo. Admiro a luta e a resistência do movimento negro, e entendo que a apropriação cultural, ao contrário de trazer mais respeito, apenas enfraquece sua luta.
Então, reforço a importância de respeitar os elementos da cultura afro, das diferentes etnias, não fazer desses elementos apenas um objeto da moda, que passa a ser aceito, mas, se usado por brancxs. Enquanto os negros e negras continuarão a ser discriminados, de qualquer forma.


Nesse sentido, não tive como me questionar ao ver turbante sendo vendido no shopping, por mulher branca, para mulheres negras. 


E, onde fica a representatividade?

Essas mulheres estão comprando o turbante porque os identificam como algo de sua cultura, ou porque a mulher branca está usando?



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