sexta-feira, 25 de abril de 2014

Uma nação de pensantes

Por Ludmila R. Carvalho

   O início da copa do mundo está próximo. Mas, o que mais tem me instigado a curiosidade e a ansiedade pelo evento não é a disputa esportiva, e sim, um fato científico inédito.
   Imaginem a cena: Brasil, uma potência em desenvolvimento sediando a copa de 2014, o chute inicial é dado por um(a) tetraplégico(a) que, por meio de equipamentos de alta tecnologia é capaz de mover-se de forma autônoma, com a utilização de um exoesqueleto apenas comandado diretamente pelo seu cérebro. Agora imaginem que tal tecnologia, tão avançada que parece ter saído de um filme de ficção científica, é real, e mais, estudada, desenvolvida e produzida por esse mesmo país em desenvolvimento.
  O sonho do neurocientista Miguel Nicolelis pode não estar mais tão distante de se tornar realidade. No sertão do Rio Grande do Norte ele vem implementando um polo de desenvolvimento e tecnologia para  estudos do cérebro. Mas não só isso, também é um complexo educacional para crianças e jovens da região.
   Assim, nomes como o de Suzana Herculano-Houzel e de Nicolelis, entre outros, vem sendo reconhecidos e citados no exterior. São pesquisadores, cientistas, empreendedores, que acreditam no potencial humano, no poder da ciência, e que o desenvolvimento de um país se faz com cabeças pensantes.
   Nossa nação tem pouco mais de 500 anos de história, o que é muito recente em relação às potências do chamado Velho Mundo, nossas referências. São majoritariamente Europeus os nomes quem citamos constantemente (sejam filósofos, pensadores, cientistas, educadores, literatas, etc) ou então Norteamericanos. Nações que pensam, ou pensaram, enquanto a nós cabia apenas reproduzirmos a história de colônia de exploração, assumindo apenas um papel na divisão capitalista do trabalho , fornecendo mão-de-obra e matéria prima.
   Porém, o jogo parece estar virando. Estamos largando na frente em relação à várias questões, entre pesquisa, inovação, tecnologia e desenvolvimento, como pode bem ilustrar o exemplo da neurociência e de nossos neurocientistas. Parece que finalmente estamos entendendo que, como disse Gianotti: "O importante da educação não é apenas formar um mercado de trabalho, mas formar uma nação capaz de pensar"

Para saber mais do projeto de Nicolelis, clique AQUI e AQUI

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